quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre Mudar

Estou perdida.
E tudo o que eu peciso é encontra a saída.
A saída literal: a porta, mas não posso mais.
Estou perdida em minha própria casa.
Mudei tudo de lugar.
Os dias que as pessoas passam sofrendo e chorando,
Passei de 'Maria', na faxina
Numa vã tentativa de tirar você daqui,
Desse quarto que lembra você,
Dessa sala onde você se senta pra me esperar...
Eu não podia mais respirar.
Sua ausência era a presença mais marcante em cada cômodo.
Até me fazia sufocar.
Precisei mudar tudo de lugar,
Mas agora não sei onde estou.
Quero encontrar a saída, que também é entrada.
Estou presa entre o passado e o futuro.
É aqui onde a vida acontece.
Quero saber o que fazer.
Quando olho no espelho, só o que reconheço é solidão e tédio.
Essas incertezas e esses olhos molhados.
Eu grito e dou risada, choro e berro.
O excesso me é mesmo fundamental.
Preciso morrer de te amar pra viver em qualquer lugar,
Que, por mais mudado que seja, se eu estiver lá, você vem comigo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre Desilusão

Eu te vi e as pernas tremeram
Desviava o olhar quando percebia que seus olhos me fitavam
Mas precisava dar espaço pra você chegar
E você chegou, tirando tudo do lugar.
Eu não pude mais pensar em nada.
Quando trocamos telefones, senti que as coisas mudariam
Excetuando seus deslizes na gramática,
Você era o homem dos meus sonhos
Senti a necessidade de tê-lo presente em cada campo da vida
E por que, disso, eu excluiria as redes sociais e messenger?
Eu deveria saber que seria o fim
Deveria ter pressentido a dor que me quebraria em tantos pedaços
Observar o que você escrevia.
Doloroso demais.
Aliás, cada linha que lia era uma laceração em minha carne.
Sua intromissão, seu despropósito, suas aversões...
'Çs' intrometidas...
'Zs' despropositados, tomando lugar de Ss indefesos...
Sua aversão à concordância verbal... Nem a nominal escapou!
Foi demais para mim.
Me desiludi com "voçê".
Uma desilusão ortográfico-amorosa.
Adeus. E com 'S'!

Existem pessoas e pessoas. Cada um com seu gosto, que, aliás, é feito braço: tem gente que tem, gente que não tem e gente que tem só um cotoquinho. Eu gosto de pessoas interessantes, que tenham algo a dizer. Pois bem. Quando a gente conhece alguém interessante, que mantém uma boa conversa, nessa era de mudernosidades, tenta pegar contatos de redes sociais e "mensageiro instantâneo".
É a promessa de que o negócio vai pra frente. Mas, às vezes, os fatos narrados acima são os que sucedem... Se quer conhecer alguém, como diria Datena, me dê imagens de como este alguém escreve!!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sobre Trilogia do Amor

O amor é dividido em momentos. Não classificáveis em bons ou ruins. São todos importantes. Significam crescimentos. Estão narrados poéticamente os três momentos do amor, em sequência cronológica:

Quando conhecemos: Empolgação
Você chegou.
Minha alma mudou de casa.
Tenho mais ar nos pulmões e vida correndo livre pelas artérias.
Minha alma mudou de casa.
Quando nos lábios se tocaram e as lágrimas rolaram, incontidas.
Eu fui feliz. E essa felicidade não tem fim não.
Nossos dedos vão andar entrelaçados a vida inteira.
Até ficarem murchinhos, enrugados com aparência de... amor.
A imagem que as pessoas têm do amor é de um jovem, forte, bravo e destemido.
Acho que não. Penso que essa seja a paixão.
O amor é um velhinho, que anda bem devagar mas chega.
Longe, muito longe. E não para nunca.
Esse velhinho tá aqui, meu amor. Ao nosso lado.
E vamos chegar ao final junto com ele.
Com os dedinhos entrelaçados.
Que bom que você chegou, meu amor.
Eu estava te esperando.



Quando vivemos, e temos conflitos: Internos e Externos
Entre nós há alguma coisa
Penso que são vozes. Duas, eu acho.
Uma que me afasta e outra que me puxa pra você.
A que me afasta grita e esbraveja.
Diz que você não me quer mais e que preciso ir embora o quanto antes.
A outra me fala baixo e mansinho. E me sorri.
Me abraça, envolvendo-me o corpo todo de calma e carinho.
Toca meu rosto e faz crer que logo as coisas se ajeitam e vão para o lugar.
Eu digo que ouço só a segunda, que a primeira ouvi demais.
A primeira muito diz sem pensar, se arrepende e se mata de chorar.
Grita aos quatro cantos o tanto que você está melhor sem mim.
É a voz das verdades dolorosas.
Eu, não. Prefiro as mentirinhas deliciosas que meu amor conta pra eu dormir...
Tranquila e segura.



Final: Voltas por cima; Ou não.
Eu, agora, vivo muito bem. E a culpa é toda sua.
Minha felicidade é sua responsabilidade.
Não pense que sou uma menina bobona por lhe atribuir isso;
É a pura verdade.
Antes, eu não queria saber de viver.
Só ficava em casa e vivia comendo.
Não via meus amigos e nem sabia se sair, ou me divertir.
Não conhecia gente e nem sabia o que queria da vida.
Não trabalhava, estudava ou me dedicava a qualquer atividade.
Hoje, tenho muita inspiração, trabalho e dinheiro.
Tudo por sua causa.
Tenho força para ter amigos, dinheiro e axé.
Tudo graças a você. Tenho que agradecer:
Obrigada por ter saído por aquela porta.


Referências:
Cartas escritas por mim (entregues ou não).
Frases de gente interessante.
Música "Obrigado", de Cazuza.

Manoella