O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de saias
O amor comeu a medida de meus vestidos, o número de minhas sandálias, o tamanho de meus pés
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
"Não tenho medo da morte... Não vou me preocupar. Não vou me preocupar." Acho que a idéia é meio essa. O amor transforma as pessoas. Insisto em dizer que ele não nos tira nada, só nos acrescenta. Mas o meu amor comeu o meu medo da morte. Da morte dele mesmo. Então, ele existe. Sem medo. Não é mensurável, nem perecível!
L'amour...
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