terça-feira, 2 de março de 2010

Sobre Felicidade Paga

Se convido alguém pra sair, pra fazer qualquer coisa, imadiatamente, ele pergunta quanto custará. Pagamos pra nascer, viver, vestir, comer, beber... Morrer.
Por que é que o significado das coisas tem que se atrelar sempre a um valor? Por que o pensamento quantitativo tem que estar intrínseco nos nossos gestos e ações?
Por que uma caminhada na praia não pode ser só isso? Por que tenho que pagar pela água que é um bem de todos? Por que preciso de energia elétrica e um computador? Por que não posso viver livre do despertador?
Sabem o que é o despertador? É o anúncio do fim da liberdade. É uma agressão. Antes das ditas revoluções industriais as pessoas acordavam quando o dia clareava, quando o corpo estava descansado. Por não haver eletricidade, normalmente, as pessoas se recolhiam com o fim da luz natural, do dia.
Mais tarde, tenho que acordar no horário das fábricas. Tenho que acordar meu filho pra ir a escola, pra que ele se acostume com a carga horária fabril. Tenho que ensiná-lo a acostumar com essa agressão ao organismo, levantar quando tem sono, quando o corpo pede descanso.
Por que as pessoas não sentem isso? Já é tão natural que uma criança não peça bala e sim o dinheiro pra comprá-la? Se há algo que quero ensinar ao meu filho é o valor que cada coisa tem. Não o valor financeiro, mas o valor verdadeiro, de significado, de necessidade. Que ele saiba que a comida tem mais valor do que um celular, ou uma modernosidade que vão inventar até lá.

Porque barata não é mais importante do que a pessoa que a gente ama!

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