sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sobre Declarações

Declaro-me hoje, dia trinta de novembro de dois mil e oito, sexta-feira, oficialmente apaixonada. Além da vida, do trabalho, do meu filho Jorge Alfredo, por um homem lindo. Um homem maravilhoso. E quero dizer a ele, todos os dias, que eu o mereço. Mais que dizer, preciso provar todos os dias que eu o mereço. Preciso provar isso todas as vezes que eu o beijo, sempre que acordo e vem o incontrolável desejo de dar 'bom dia'. Esse homem é meu e eu sou dele porque foi assim que nós escolhemos. Ele é bonito demais. Por fora, só é lindo. Incrivelmente lindo. Mas por dentro... É bem mais que isso. Aqueles olhinhos muito vivos são janelas pra uma alma linda, muito clarinha, com uma beleza que dança. Ali, diante dos meus olhos. Dança com calma, desenvoltura que só é possível nele. Você, que lê, pode nunca ter ouvido falar numa alma, com beleza que dança. Eu já vi dançar. E danço com ela quando abraço esse homem, quando ele toca o meu corpo. As lágrimas escorrem pelo meu rosto. E não é medo de perder, não é tristeza, nem remorso. Nenhum desses sentimentos conseguem existir diante da luz, da claridade dessa alma. O que faz com que as lágrimas rolem incontidas é a emoção de poder dançar ali, sem sair do lugar. Só por estar. E isso não é pouco. Vai além, muito além do que você pode supor e do que eu posso descrever. Não tem música. Nenhum som ousa estar nesse momento. Sons e palavras são brutas demais. É só fechar os olhos e sentir, dançar com a respiração. Ela é muito forte, um busca o ar que sai dos pulmões do outro. Tantas coisas acontecem nos breves instantes em que os corpos se tocam. Mas nada precisa ser dito. Porque as palavras não ousam estar. Os dois corpos estão. Os corações batem juntos, e o suor dele sai pelos meus poros, e entra pelos meus poros. Isso é o que não precisa ser dito; quem está sabe que acontece.
Eis a explicação da existência de cada fibra do meu ser.

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