terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre Diversidade e Aceitação

Diversidade é o essencial. Diversidade é o que movimenta o mundo. As coisas não aconteceriam se não houvesse a diversidade. Tudo cairia numa rotina sem graça e insuportável. Felizmente, as pessoas são diferentes. Nem normais, nem anormais. Simplesmente, diferentes. Até porque, o normal na maioria das vezes é confundido com o convencional e quase nunca as pessoas relacionam o “normal” com o natural . O natural é o que as pessoas fazem porque assim sentem. E a cada dia, fazer o que se sente é mais difícil. Exatamente pelas pessoas se prenderem ao convencional.
E o convencional nos diz que nós devemos estudar bastante, ter um bom emprego, construir um casamento duradouro, ter dois filhos e daí pra frente, só envelhecer quietinho. Espera. Será que é isso mesmo? E o “não-convencional”? Pra onde vai? E se eu quiser abandonar a faculdade de Engenharia Mecânica pra fazer música? Se eu quiser ter os meus cabelos verdes ou azuis, ou, simplesmente, não me importar se namoro um menino ou uma menina e me importar mais se namoro uma pessoa que seja humana o suficiente pra me compreender e aceitar?
Ainda há quem pense que só existe o lado dos héteros, dos gays ou das lésbicas. O homossexualismo ainda é visto com um certo distanciamento, mas... E as pessoas que não se importam com o gênero de quem os atraem? Pra essa última pergunta, pode-se ter uma resposta: são pessoas livres. Não são indecisas. O rotulado como “bissexual” não é um indeciso. Porque você gosta de feijão, deixa de gostar de macarrão? Essa comparação pode parecer absurda, mas o fato segue a mesma lógica. Há quem goste dos dois gêneros. E é preciso muita liberdade de espírito pra enfrentar o “conceito” que as pessoas formam. O rotulado “bissexual” é excluído até mesmo pelos grupos homossexuais. Parece que as pessoas têm que fazer uma escolha fechada, que deve ser mantida com “fidelidade” até o fim. Isso é necessário.
A própria “diversidade”, às vezes, não é capaz de conviver com essa liberdade. Liberdade de pensamentos e ações. Deixar que as pessoas convencionais, com seus empregos padrão, casamento padrão e tudo mais que padronizado for, percebam que a menina que vai ao salão duas vezes por semana, vive no shopping, estuda, tem um namoro heterossexual invejável se sinta atraída por outras meninas também. Isso é um grande desafio. Mas, ainda por agora, o grande desafio não é mostrar nada pra ninguém; É o que o próprio “bissexual” entenda que não é um anormal, nem um indeciso. Só é alguém com a capacidade de ser livre. Como qualquer um.


( Larissa Leotério )

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